AS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN
Correlacionado com os Nove Mistérios Espirituais
Corinne Heline
CAPÍTULO IX
NONA
SINFONIA - RÉ MENOR
- OPUS 125
(Com
Coro Final “Ode à Alegria” – poema de Schiller)
A música é a entrada não corpórea no mundo superior do conhecimento que
abrange a humanidade, mas que a humanidade não pode compreender. Por sua
transparente beleza de idéia, há pouco no mundo da música que possa se
aproximar desta obra prima em beleza melódica. Suas idéias são tão ricas em
variedade, tão delicadas em orquestração e também tão profundamente simpáticas,
que deve ser um ouvinte endurecido de fato aquele que escuta este movimento sem
alguma percepção de uma visão dos céus se abrindo e um olhar distante no mundo
além deste. Aqui, temos Beethoven como um expoente do sublime ... Ninguém pode
negar que aqui está uma obra prima inigualável na tremenda vastidão de sua
concepção e inigualável por sua originalidade, poder e belezas prodigamente
espalhadas. - Autor
desconhecido
Mais de dez anos se passaram depois da
performance inicial da Oitava Sinfonia antes que Beethoven trouxesse à luz sua
sucessora, a Nona e última, em 7 de maio de 1824. Durante este intervalo, houve
evidentemente uma profunda preparação em seu interior para poder criar o glorioso clímax que é a Nona Sinfonia.
Quando os Senhores do Destino procuram um
mensageiro cuja missão beneficiará o mundo e elevará a humanidade, muito tempo e cuidado
são dedicados à sua escolha. Precauções
especiais são tomadas para que o escolhido não se transforme em uma presa das
seduções do mundo material. Beethoven foi um mensageiro escolhido. Ele nasceu
na pobreza e se criou sob as mais adversas circunstâncias. Todos os anos de sua
vida foram cheios de solidão, desapontamento e desilusão com as coisas do mundo
exterior.
Um mensageiro assim escolhido para uma grande
missão no mundo raramente conhece as alegrias do companheirismo humano, que é
privilégio da maioria dos mortais. Ele tem necessariamente que viver uma vida
mais ou menos isolada. Muito tempo tem que ser gasto sozinho para que possa
alcançar aquelas alturas inspiradas que o capacitará a tornar-se um canal claro
e livre para seu objetivo.
No funeral de Beethoven foi dito: “ele não
tinha esposa para chorar por ele, filho, filha
- mas o mundo todo lamenta junto
ao seu ataúde”. A vida de uma pessoa como ele não está centrada em um, mas em
muitos. Então, quando Beethoven chegou ao apogeu da vida, chegou para ele, de
acordo com a compreensão humana, a maior desgraça que pode acontecer a um
músico -
a perda da audição. No entanto, do ponto de vista espiritual, isto foi
talvez sua maior bênção. Ele era um mensageiro da gloriosa música celestial das
Hierarquias Criadoras. Esta música é tão sublime e etérea que os sons
dissonantes e desarmônicos da Terra não podiam obstruir e prejudicar sua pureza
e beleza. E assim, quando Beethoven perdeu sua audição física, ele se tornou
cada vez mais sensível às harmonias dos planos internos e, por isso, um
transmissor mais perfeito para esta música celeste. Muito embora o espírito
possa estar ciente de seu alto destino, enquanto ele está confinado dentro do
corpo humano, terá que lutar com as
limitações de seu instrumento mortal. E assim, havia momentos em que Beethoven
dava espaço à melancolia e desespero, às vezes voltando-se contra o Destino.
O verdadeiro propósito do sofrimento é servir
de agente purificador e redentor. No livro “Luz no Caminho” que é um dos
manuais mais iluminados e espirituais já escritos, lê-se que “antes que os
olhos possam ver, eles devem ter perdido seu senso de separatividade e que,
antes que os ouvidos possam ouvir, eles devem ter perdido sua sensibilidade e,
antes que os pés possam estar na presença dos Mestres, eles devem ser lavados
no sangue do coração”.
Como Edward Carpenter escreve sobre Beethoven em seu livro
Angel´s Wings, “Embora sua vida
exterior, pela surdez, doença, preocupações financeiras e pobreza, fosse
despedaçada em mil miseráveis fragmentos, em seu grande coração ele abraçou
toda a humanidade; penetrou intelectualmente em todas as falsidades até atingir
a verdade e, em seu trabalho artístico, deu um esboço aos religiosos, aos
humanos, aos democráticos, aos amores, ao companheirismo, às individualidades
ousadas e a todos os altos e baixos do sentimento, o esboço de uma nova era da
sociedade. Ele foi de fato e deu expressão a um novo tipo de homem. O que esta
luta deve ter sido entre suas condições internas e externas - de
seu eu real com os solitários e pobres arredores nos quais estava
encarnado - nós só sabemos através de sua música. Quando
nós a ouvimos, compreendemos a tradição antiga de que, de vez em quando, uma
criatura divina dos céus distantes toma uma forma mortal e sofre para que isto
possa abraçar e redimir a humanidade”.
A nota-chave espiritual da Nona Sinfonia é
Consumação. Nove é o mais importante número relacionado com o presente estágio
de evolução da humanidade. É o número da humanidade. É também o número da
Iniciação, aquele reto e estreito caminho pelo qual o homem retorna à união com
Deus.
Notou-se previamente que as sinfonias de
Beethoven retratam uma variedade de experiências. Estas experiências são
recapituladas nos passos sempre ascendentes ao caminho espiritual da
realização, cada repetição proporcionando força aumentada e glória de
desdobramento de alma, até a consumação alcançada na divina unidade tão
magnificamente interpretada pela Nona.
Como foi dito anteriormente, as sinfonias
ímpares corporificam os atributos masculinos e as pares, os femininos, enquanto
que a última, ou a Nona, os dois atributos são trazidos em perfeito equilíbrio,
um estado de unidade que, em linguagem esotérica, é chamada de Matrimônio
Místico. Esta união marca o supremo alcance do homem sobre as coisas terrenas. Beethoven captou o lindo coro do Querubim na
glória da Nona para que os ouvidos humanos pudessem sentir a poderosa efusão de
seu poder espiritual.
O
escritor John Maglee Burk, em seu livro “Life and Works of Beethoven”,
se refere a estes ecos celestiais como
“murmúrios misteriosos”; então, é como se os murmúrios do mundo
celestial que Beethoven interiormente percebia tornaram-se cada vez mais claros
e mais fortes enquanto o tema inicial se desenvolvia, há “um crescendo de
suspense até que o tema em si é revelado... e proclamado fortíssimo pela
orquestra toda em uníssono. Ninguém ”, ele
acrescenta, “igualou este poderoso efeito – nem mesmo Wagner que teve por esta
página em particular uma mística admiração e que, sem dúvida, lembrou-a quando descreveu a serenidade
elementar do Reno de maneira muito parecida na abertura de O Anel dos Nibelungos”.
“A Nona Sinfonia”, escreve Ralph Hill em seu
trabalho intitulado The Symphony, é
comparável aos vigorosos trabalhos como a Heroica e a Quinta sinfonia, num
plano psicológico tonalmente diferente que levanta questões mais amplas do que
nas composições sinfônicas anteriores de Beethoven. Cada um de seus movimentos
é incomparável em poder construtivo e na extensão e magnitude de suas idéias
musicais. A abertura é de um mistério e intensidade. De uma região na qual tudo
parece nebuloso e mal definido.. .emerge o primeiro tênue prenúncio de um tema
que é presentemente atirado violentamente com a força dos raios de Júpiter. Esta
abertura portentosa é em seguida reformulada... e o tema todo é transferido,
ainda fortíssimo, para o tom de Si Bemol. Por enquanto, é a terminação deste
tema gigante que temos e este, em sequências que se elevam, marcha para frente
sem remorso até encontrarmos a transição para o segundo tema que se supõe
conter leve semelhança com a Alegria, tema do Finale.
“É difícil se encontrar algo mais requintado em
toda a música”, escreve E. Markham Lee no livro “The Story of the Symphony” do
que o movimento de abertura, tão serenamente simples e ao mesmo tempo tão
majestoso em suas idéias. Tecnicamente, sua complexa manipulação do material é
maravilhosa e suas qualidades expressivas... são excelentes.”
O segundo movimento, um Scherzo, embora
realmente não rotulado assim, foi considerado por muitos críticos musicais como
uma das mais notáveis realizações de Beethoven. Um escritor se referiu a seu
“ágil modo de andar” como “fortemente misturado com uma mística veia, um pouco
como uma dança ”. Berlioz comparou-o ao ar puro e claro que acompanha o nascer
do Sol numa manhã brilhante de maio.
“As palavras nos faltam”, escreve Markham Lee,
“para comentar adequadamente o Adagio ( terceiro movimento), uma das mais
perfeitas e lindas peças de música orquestral que já foram escritas”. Bernard
Shore, falando deste terceiro movimento em seu trabalho “Sixteen Symphonies”,
afirma que é música que “deve estar nos céus” e nota como o incomparável
Toscanini ao apresentar esta parte “fez todo o esforço para transferir o toque
de brilhante e incisiva vitalidade para a mais silenciosa e suave ternura. “ No
Paraíso! ”, ele exclamava. As cordas acariciam particularmente sua música e
nunca foi permitido que se tornssem apaixonadas
- só etéreas.
Os três primeiros movimentos da Nona Sinfonia
estão no mais alto plano de toda a música. O tema de abertura do primeiro
movimento é grandioso em inspiração, vigoroso em poder. O Scherzo é talvez o
melhor de Beethoven. O Adagio começa com uma melodia de extrema nobreza -
perfeito em curva e de uma serenidade maravilhosa. O sentimento de
misticismo devoto e admiração aumenta até o coro final.”
UM
ARAUTO MUSICAL DA NOVA ERA
Beethoven experimentou uma grande liberdade
interior de espírito, um grande estado enlevado de alma. Consequentemente, ele
foi capaz de transcrever para a audição humana a mais sublime música que este
mundo já conheceu. Sigmund Spaeth em seu livro
“A Guide to Great Orchestral Music” exprimiu perfeitamente: “A sinfonia
alcançou em Beethoven o seu apogeu. Durante o século que veio após o dele,
grandes músicos compuseram muita música bonita na forma, mas nós temos só que
contemplar Beethoven para compreender que o zênite está ultrapassado e que toda
a música daí por diante é música numa longa tarde.
Ludwig Von Beethoven foi um dos mais
importantes evangelhos da Nova Era que vieram à Terra. Em cada uma e em todas
as suas composições magníficas soa a nota da liberdade, da emancipaçãp, da igualdade
e a eventual e permanente conquista do bem sobre o mal.
Beethoven também mostrou sua completa harmonia
com os impulsos da Nova Era em seu ideal de feminilidade e no profundo respeito
e reverência que ele dedicou ao sexo feminino. Ele nunca pôde entender como
Mozart pôde usar seu grande gênio retratando tantas mulheres superficiais e
frívolas. Beethoven deu ao mundo só uma ópera, Fidélio, o fiel. Em sua heroína,
Leonora, ele dá um quadro perfeito da mulher da Nova Era. Na última das três
aberturas de Leonora, que é ouvida no ato final da ópera, está uma rapsódia descritiva
da exaltação do Divino Feminino que tem que ser despertado em toda a humanidade
antes que as verdades gloriosas que pertencem à Nova Era possam tornar-se
realidade sobre a Terra. A ópera Fidélio conclui com um triunfante Coral retratando
o alegre dia em que a liberdade e a fraternidade se tornará universal por todo
o mundo. São estas mesmas notas de Liberdade, Fraternidade e Universalidade que
são ouvidas no coral com o qual ele conclui seu trabalho final e supremo, a
Nona Sinfonia.
CORAL
DA NONA SINFONIA
O cantor está traduzindo sua canção em canto, sua alegria em formas e o
ouvinte tem que traduzir o canto de volta em alegria original; então, a
comunhão entre o cantor e o ouvinte é completa.
A alegria infinita está manifestando-se em múltiplas formas, levando em
si a servidão da lei e preenche nosso destino quando voltamos da forma para a
alegria, da lei para o amor, quando desatamos o nó do finito e voltamos para o infinito. -
Rabindranath Tagore
Como foi mencionado anteriormente, Beethoven
foi um mensageiro selecionado para transcrever a música cósmica para a audição
humana. Esta “pressão interna levou-o a escolher uma vida de auto abnegação e
retidão. Ele via através, por cima e além das ilusões e tentações do mundo numa época, e entre pessoas
amplamente entregues à busca do prazer”.
Por música cósmica, queremos dizer música das
Hierarquias Celestes. Foi a música triunfal soada pelos Querubins e Serafins na
celebração dos Ritos do Matrimônio Místico do Nono Mistério que Beethoven
gravou no magnífico Coral da Nona Sinfonia.
A humanidade não poderá vivenciar a alta
exaltação espiritual deste Rito até que tenha aprendido a construir e a viver
em um Mundo Unificado - um mundo em que a Paternidade de Deus e a
Irmandade dos Homens se tornará realidade. Promover o ideal da fraternidade
universal foi seu supremo objetivo; para este fim, seu grande gênio estava
completamente dedicado.
Para o Coral, Beethoven usou o poema de
Schiller, Ode à Alegria. Este poema,
que foi escrito durante a Revolução Francesa, apresenta em seu tema a
Fraternidade Universal.
Louve a alegria, a descendente de Deus
Filha do Elysium !
Raio de alegria e matizada de êxtase
Deusa, ao teu santuário viemos !
Por tua magia
está unido
O que o rígido costume separou.
Toda a humanidade é formada de irmãos
angustiados
Onde tuas asas gentis são fiéis.
Ó, milhões de vós, eu os abraço
Com um beijo para todo o mundo !
Irmãos, sobre a longínqua esfera estrelada,
Certamente habita um Pai amoroso.
Ó milhões de vós, ajoelhem-se diante d´Ele.
Mundo, não sentes teu Criador mais perto?
Procure-O sobre a longínqua esfera estrelada,
Sobre as estrelas entronizadas, adore-O !
Alegria, ó filha do Elysium,
Por tua magia está unido
O que o rígido costume separou.
Toda a humanidade é formada de irmãos
angustiados
Onde tuas asas gentis são fiéis.
Por razões políticas, Schiller não usa a
palavra “Liberdade” e a substitui pela palavra alegria. Beethoven entendeu assim. Para ele, o poema era sua
expressão de liberdade espiritual. Queria dizer a emancipação da alma; a
liberdade do espírito de todas as limitações físicas e materiais. Significava
liberdade para perambular à vontade através dos planos espirituais superiores,
para contatar seres celestes que habitam
aqueles planos e ouvir a gloriosa música das esferas.
No primeiro movimento, os céus emitem poderosos
sons de evocação através do profundo misticismo do Ré Menor que é proclamado
pela orquestra toda em uníssono. Mais tarde, o tema é repetido e a orquestra
toca a mesma nota de triunfo em Ré Maior que nos diz musicalmente que as
proclamações do coro celeste desceram ao plano terrestre.
O segundo movimento, Berlioz descreve em toda a
sua inata beleza como parecendo com o “efeito do ar fresco da manhã e os
primeiros raios do sol nascente de maio”.
O Adagio se expressa em variações de crescente
complexidade e ornamentação melódica daquela rara e indescritível beleza que
caracteriza Beethoven no seu apogeu. Cada movimento de suas sinfonias é uma
divina aventura em espírito. O espírito, quando despertado (iluminado), não
pode estar completamente satisfeito com apenas as dádivas que este plano físico
tem para oferecer.
O Finale nos fala sobre isto. Ele questiona e
procura avidamente por mais luz. Uma sugestão desta alta realização cantada
pelo tema coral ecoa suavemente nas madeiras de sopro. O tema é então
gradualmente desdobrado em Ré Maior ( ainda uma experiência no plano terrestre).
No quarto movimento, Beethoven, pela primeira
vez, introduz palavras numa sinfonia. A “Ode à Alegria” de Schiller é a base do
Finale cantada por solo, quarteto e pelo coro. Beethoven usou esta Ode para
expressar solidariedade humana. Este coro sublime eleva a Terra para perto do
Céu e aproxima os seres celestiais em comunhão mais íntima com os mortais. Ela
soa a mais alta nota-chave da realização humana que é a emancipação própria.
NONO MISTÉRIO
O Nono Mistério conduz ao coração da Terra. Neste
centro, está refletido o plano espiritual mais alto, o Mundo de Deus. Este é um
plano onde reside o Absoluto . Aqui, o espírito se une com a matéria, o finito
funde-se com o Infinito e Deus e o homem se encontram face a face.
É aqui que os Deuses de outros sistemas
planetários comungam com o Deus deste sistema. É aqui que os sagrados Mistérios
da Criação são revelados. Nenhuma música que tenha sido dada a este planeta
pode traduzir a maravilha e a glória desta sublime experiência, excetuando o
magnífico Coral com o qual o mestre Beethoven conclui a Nona Sinfonia.
O diagrama 18 do “Conceito Rosacruz do Cosmos”
mostra a escada de ascensão celestial. Poucos existem sobre a Terra que tenham
alcançado seus mais altos degraus. Somente
aqueles que trocaram o pessoal pelo impessoal, o terrestre pelo celeste,
o humano pelo divino e que se tornaram verdadeiramente indivíduos
Cristianizados alcançando as mais altas esferas da consciência. Porém, este é o
alto e glorioso destino que está esperando por toda a humanidade até que ela se
faça merecedora da ascensão divina.
Na Noite Santa, quando o Nono Mistério é
celebrado, inumeráveis hostes angélicas enchem o ar com sua canção de êxtase.
Os ecos desta gloriosa música dos céus foram captados por Beethoven e dados ao
mundo no sublime Coral de sua grande Nona Sinfonia.
No coração da Terra, há três centros de poder
que se relacionam com os três centros principais no corpo-templo humano, que
são a cabeça, o coração e os órgãos reprodutivos. Entre a cabeça e os centros reprodutores
há uma íntima relação. Entre esses dois pontos focais das energias criadoras,
há uma constante corrente de força vital sagrada. Ela toma a forma de
lemniscata, o ponto de junção sendo o coração. Um modelo igual de energias
criadoras divinas está em ação dentro do coração da Terra.
A participação no Nono Mistério é possível
somente depois que as correntes acima descritas alcançaram um estado de
perfeito equilíbrio, com a mente espiritualmente iluminada, o coração um
transmissor da ainda pequena voz interna e o centro reprodutor um assento da
força vital regenerada. Esta realização alcança o clímax encontrando-se face a
face com o supremo Senhor deste mundo, o Abençoado Cristo. É esta a gloriosa
experiência que espera a alma que alcança o nono degrau da escada da vida, o
Nono Mistério.
A única música que pode adequadamente descrever
o êxtase da alma desta experiência é a magia que Beethoven teve o sucesso de
tecer na Nona Sinfonia. É só por meio desta música celestial que sua importância espiritual pode ser entoada. É
música que pode vir somente da mais profunda experiência espiritual da qual o
homem é capaz de registrar em sua presente e limitada existência. É a principal
dádiva sem preço de um mágico à humanidade para ajudar em sua realização consciente
e inconsciente para cima, para recapturar algo mais do seu puro estado divino.
Com a composição da Nona Sinfonia, o trabalho
de Beethoven estava completo, seu destino se cumpriu. Este é o seu canto do
cisne, sua mais magnífica realização. Esta composição incomparável, como foi
dito anteriormente, foi dada ao mundo em 1824. Três anos mais tarde, em 1827,
ele recebeu a chamada para subir. Então, sem dúvida, ele também se tornou capaz
de estar diante da divina presença e ouvir as palavras benignas que têm soado
através dos tempos, “Muito bem, servo bom e fiel! Vem alegrar-te com o teu
Senhor!”.
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